O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta quarta-feira (9) o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, no Palácio do Planalto. Essa visita ocorre logo após a Cúpula do Brics, realizada no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho, e representa um esforço contínuo para estreitar os laços entre Brasil e Indonésia.
A presença de Prabowo no Brasil não é nova; ele já havia participado da Cúpula do G20 em novembro do ano passado, também no Rio de Janeiro. O contexto desta visita é particularmente sensível, uma vez que se dá menos de uma semana após o sepultamento de Juliana Marins, jovem brasileira que faleceu durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, após uma queda.
Durante a reunião bilateral, Lula deve abordar o trágico incidente e expressar sua gratidão pelos esforços do governo indonésio na tentativa de resgate da jovem. "Na manhã do dia 6, fiz um agradecimento especial ao presidente da Indonésia pela sua participação na cúpula do Brics, na qual o país foi admitido como membro pleno", declarou Lula, referindo-se à importância simbólica da visitação.
A visita de Prabowo enfatiza o compromisso do Brasil em fortalecer as relações comerciais, políticas e culturais com nações do Sudeste Asiático, especialmente em um cenário global marcado por tensões econômicas, como a guerra tarifária com os Estados Unidos. O Itamaraty anunciou que entre os tópicos a serem discutidos estão segurança alimentar, energia renovável, e a reforma da governança global.
A Indonésia, por sua vez, é um importante parceiro comercial do Brasil, com um comércio bilateral que alcançou US$ 6,34 bilhões em 2024. O país asiático é um dos principais destinos das exportações brasileiras, incluindo produtos como farelo de soja e algodão, além de ser a origem de fibras têxteis e óleo de palmiste para o Brasil.
Além da Indonésia, Lula também recebeu na terça-feira (8) o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, com quem discutiu a colaboração em infraestrutura digital e inteligência artificial marcando os 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
Após a cúpula, Lula reafirmou a autonomia dos países do Brics, especificamente em relação às críticas do presidente dos EUA, Donald Trump. "Nós não aceitamos reclamações sobre as decisões soberanas dos países do Brics", declarou, destacando a necessidade de respeito à soberania das nações emergentes.