O sargento Kelvynton de Oliveira Vale, de 48 anos, foi baleado e morreu na manhã de sexta-feira (11) durante uma operação do 41º BPM (Irajá) no Morro do Trem, em Vila Kosmos. O enterro ocorreu às 14h do sábado (12), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio.
Conhecido por sua bravura, Kelvynton já havia se destacado em abril de 2020, quando socorreu um colega ferido na Vila Aliança, levando-o nas costas até um local seguro. Este ato o rendeu uma promoção a sargento. Porém, o oficial que ele ajudou, o terceiro-sargento Marco Antônio Matheus Maia, foi baleado e morreu em dezembro do ano passado.
De acordo com sua irmã, Kelly Cristina Vale Vilela, Kelvynton expressava temores sobre a violência no Rio de Janeiro. “Ele sempre dizia: ‘Irmã, tenho muito medo de morrer’”, relatou. Apesar do medo, ela salientou que o irmão amava seu trabalho na Polícia Militar. "Atuar na PM foi o propósito dele. Meu irmão é o nosso herói", declarou.
Durante o momento de despedida, familiares e amigos participaram do sepultamento, homenageando Kelvynton. Ele seria lembrado em uma cerimônia no 41º BPM na próxima segunda-feira (14), pelos seus desempenhos exemplares no último semestre.
Amigos do sargento descreveram-no como um profissional respeitado e comprometido. Após ser baleado, Kelvynton foi socorrido pelos próprios colegas e levado ao Hospital Getúlio Vargas, onde chegou sem vida.
Fabiana Valentim de Siqueira, esposa do sargento, compartilhou nas redes sociais trocas de mensagens que teve com ele antes do trágico evento. "Você sempre será o meu super-herói", afirmou Fabiana, em sua homenagem.
A operação da PM tinha como foco a recuperação de veículos roubados, cumprimento de mandados de prisão e remoção de barricadas impostas por traficantes. Durante o confronto, Kelvynton foi ferido e fatalmente atingido. Ele estava há 24 anos na corporação e deixa um filho e pais idosos que moravam com ele. Eles precisaram de atendimento médico ao receber a notícia de sua morte.
A Polícia Militar lamentou profundamente o falecimento do sargento e destacou sua trajetória, marcada por bravura e dedicação. Apesar de já ter sobrevivido a ferimentos graves, Kelvynton compartilhava sua determinação em continuar atuando: "Nada muda, eu ainda continuo no jogo!" A Delegacia de Homicídios da Capital está investigando o caso.