A violência doméstica gerou mais um desfecho trágico em Taubaté, onde uma mulher de 30 anos foi sequestrada e agredida pelo ex-namorado durante seis dias. A vítima, que relatou ter sido ameaçada de morte diversas vezes, pediu que ele a deixasse viva para cuidar das três filhas, mas não obteve resposta positiva. As agressões a que foi submetida incluem não apenas violência física, mas também agressões sexuais e emocionais.
Ela relata que, após a prisão do ex-companheiro, identificado como Gabriel José dos Santos Nanni, aos 26 anos, se recupera das feridas causadas pelas agressões. O arrestedor foi capturado nesta quarta-feira, dia 30, após uma intensa perseguição policial. Na ocasião, ele chegou a trafegar em contramão por várias ruas, com a mulher ainda dentro do veículo, onde continuou a ser agredida.
Durante uma entrevista, a mulher, que preferiu não ser identificada, detalhou suas experiências traumáticas. "O que eu mais pedi foi para ele me deixar viver, até porque minhas filhas dependem de mim. Eu disse: ‘por favor, me deixa criar minhas filhas’. E apesar de tudo, ele dizia que iria me matar", descreveu a vítima. As amigas dela, que estavam preocupadas com seu desaparecimento desde o dia 25, notaram que ela não comparecia a seus atendimentos agendados como esteticista, sua ocupação profissional.
Ainda segundo amigas próximas, o relacionamento deles havia terminado no início do mês, o que gerou a revolta do agressor. A situação se agravou, culminando com o sequestro da mulher em uma área rural de São José dos Campos, onde ela foi mantida em cárcere privado.
O uso do celular da vítima pelo agressor para solicitar dinheiro à sua família, se passando por ela, é mais um indicativo das várias camadas de abuso que a mulher enfrentou durante esses dias. "Ela estava sem saber como estavam suas filhas, sem poder trabalhar, e imagine o medo e o desespero", comentou sua amiga e chefe de gabinete, Jhully Martins.
Após o resgate, a mulher foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde recebeu cuidados médicos. Sua prisão foi convertida em preventiva pelo Tribunal de Justiça, que deu início ao processo judicial. A polícia continua as investigações do caso para garantir que casos como esse não se repitam, e que as vítimas de violência doméstica recebam a proteção necessária.
\nEm meio a esse cenário de violência, surge a importância de apoiar e acolher as vítimas, oferecendo não apenas a possibilidade de proteção, mas também recursos para reconstruir suas vidas ao lado de seus filhos. O caso é um triste lembrete da luta contínua contra a violência em todas as suas formas.