Mauro Vieira: Conluio e Soberania Brasileira
Durante uma cerimônia em Brasília, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fez duras críticas a um suposto conluio entre brasileiros e forças estrangeiras, que estaria em curso com o intuito de atacar instituições e a soberania nacional. As declarações foram proferidas em comemoração aos 80 anos do Instituto Rio Branco, destacando a necessidade de defesa da ordem democrática.
Na ocasião, Vieira ressaltou que aqueles que almejam a intervenção estrangeira, e aqueles que tendem a saudar o arbítrio, não terão êxito em sua tentativa de reverter a ordem constitucional. 'Tenho enorme orgulho e sentido de responsabilidade na atual tarefa de liderar o Itamaraty na defesa da soberania brasileira de ataques orquestrados por brasileiros em conluio com forças estrangeiras', afirmou.
A declaração do chanceler ocorre em um contexto de tensão, onde o governo dos Estados Unidos elevou a alíquota sobre produtos brasileiros exportados para o país. Essa medida foi justificada por Trump em uma carta ao governo brasileiro, relacionando-a a processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo americano também impôs sanções ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Mauro Vieira manifestou apoio ao Poder Judiciário brasileiro, afirmando que as instituições já haviam derrotado uma tentativa de golpe militar, e que a soberania brasileira não seria negociável. "Sejamos claros: nossa sociedade democrática e suas instituições derrotaram uma tentativa de golpe militar, cujos responsáveis estão hoje no banco dos réus, em processos transparentes", destacou.
O chanceler, ao se dirigir aos diplomatas presentes, enfatizou que o papel do Itamaraty é proteger a Constituição e a ordem institucional. Para ele, o Brasil deve possuir uma diplomacia firme e desassombrada em tempos de instabilidade.
Em seu discurso, Vieira ainda abordou a importância do multilateralismo, defendendo relações comerciais com diversas nações. "Nós defendemos o multilateralismo porque a alternativa a ele é o arbítrio unilateral e a lei da selva. O Brasil atua por um mundo multipolar, favorecendo uma distribuição mais equilibrada do poder global", concluiu.