A Conferência do Clima (COP30), agendada para acontecer de 10 a 21 de novembro, enfrenta sérios desafios em sua sede atual, Belém (PA). A cidade já demonstra incapacidade de acomodar satisfatoriamente o número esperado de participantes, com preços de hospedagem que superam as expectativas. Relação publicada pelo GLOBO destaca que a diária em hotéis medianos de Belém varia entre R$ 28,7 mil e R$ 85 mil, valores incompatíveis com a proposta de um evento que congregará cerca de 50 mil pessoas.
A escolha de uma cidade amazônica como sede da COP30 visava ressaltar o compromisso do Brasil com questões ambientais. No entanto, ao insistir em Belém como o único local para realização do evento, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ignorou as limitações de infraestrutura da cidade, que só conta com 18 mil leitos disponíveis. Essa escolha pode comprometer a presença de delegações estrangeiras e, por extensão, o sucesso do evento.
Com as diárias em Belém superando os preços dos melhores hotéis de São Paulo e do Rio de Janeiro, a pressão por uma mudança de sede se intensifica. O Copacabana Palace, um dos mais icônicos do Rio, por exemplo, ofereceria uma experiência mais acessível em termos de preços. A situação atual começou a gerar discussões sobre a revisão da escolha da sede, já com delegações estrangeiras buscando soluções e uma reunião de emergência marcada para a próxima segunda-feira.
Embora a mudança para o Rio de Janeiro não seja uma solução simples, ela se apresenta como a alternativa menos complicada diante do cenário caótico que pode se instaurar se a conferência ocorrer apenas em Belém. O tempo se esgota e as soluções temporárias, como o uso de navios de cruzeiro, não suprirão as necessidades básicas de acomodação. O governo paraense havia assegurado que não haveria um plano B, mas a urgência da situação atual pode exigir reconsiderações.
A experiência do Rio em receber megaeventos, como a Olimpíada de 2016, coloca a cidade em uma posição privilegiada para lidar com a demanda intensa de hospedagem e logística que um evento desse porte requer. Com prefeitos e líderes de delegações alertando para o risco de um evento esvaziado, é imperativo que a decisão sobre a mudança de sede seja tomada rapidamente.
Como ficou claro, as preocupações com a infraestrutura de Belém não são infundadas, e a transferência dos eventos mais significativos para o Rio pode garantir a dignidade e a relevância que a COP30 requer. O Brasil deve agir rapidamente para evitar um colapso operacional que prejudicaria sua imagem diante da comunidade internacional.