Avanços na Sensibilidade Táctil em Próteses
Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Scuola Superiore Sant’Anna, na Itália, estão revolucionando o campo das próteses com a criação de uma pele eletrônica que promete devolver a sensibilidade a pessoas amputadas. Publicado no periódico Nature Machine Intelligence, o estudo é assinado pela doutora Ana Clara Pereira Resende da Costa, sob a orientação do professor Alcimar Barbosa Soares, ambos da UFU.
Como Funciona a Pele Eletrônica
A pele eletrônica desenvolvida é capaz de identificar toque, pressão e força com uma precisão semelhante à da pele humana. Equipadas com uma rede de sensores dispostos ao longo de uma fibra fotônica, esta tecnologia não apenas simula a forma como o cérebro interpreta estímulos táteis, mas também tem o objetivo de tornar as próteses mais integradas ao corpo, permitindo que os usuários percebam-nas como partes de si mesmos.
Impacto na Qualidade de Vida dos Usuários
A pesquisa liderada por Ana Clara foca em proporcionar uma melhor qualidade de vida para pessoas com lesões medulares e amputações. "Queremos que a prótese seja capaz de codificar os estímulos táteis na mesma linguagem do cérebro, diminuindo a rejeição e favorecendo a reintegração social", explica a doutora. Isso pode levar a um aumento significativo na aceitação do membro artificial e facilitar o retorno ao mercado de trabalho.
Desafios na Integração Sensorial
O professor Alcimar Soares destaca que a prótese deve não apenas realizar movimentos, mas ser sentida como parte do corpo. "Atualmente, as próteses comerciais mais avançadas conseguem realizar movimentos básicos, mas não oferecem sensações. Cerca de 70% dos usuários desistem devido à falta de conforto e retorno sensorial", comenta Soares. A nova tecnologia visa mudar essa realidade, aumentando a usabilidade das próteses.
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O Futuro da Tecnologia em Próteses
A pele eletrônica é feita de silicone e fibras ópticas, identificando estímulos com a precisão semelhante à de uma mão biológica. O próximo passo da pesquisa será conectar as informações diretamente aos nervos do coto dos amputados, permitindo que os sinais táteis sejam interpretados como sensações reais. "Queremos que, ao tocar com o dedo indicador da prótese, o usuário sinta como se estivesse usando o próprio dedo", afirmou Soares.
Colaboração Internacional para Desenvolver Membros Biônicos
O trabalho realizado na UFU é parte de uma colaboração global com instituições de países como Cingapura, Catar e Estados Unidos, cujo objetivo é o desenvolvimento de membros biônicos cada vez mais semelhantes aos naturais. Este avanço representa uma esperança para muitos que dependem de próteses, aumentando a qualidade de vida e a integração social.
"Transformar a maneira como os amputados interagem com suas próteses é nosso principal objetivo." — Alcimar Barbosa Soares
Essa pesquisa representa não apenas um avanço científico, mas uma nova possibilidade de reintegração social e funcional para pessoas que enfrentam os desafios das amputações e lesões severas.
Estudantes da UFU também se destacam em outros projetos, evidenciando a capacidade da instituição em inovar e contribuir ativamente para a sociedade.

