A morte de Adalberto Amarílio Júnior, empresário encontrado em um buraco no Autódromo de Interlagos, continua a ser um enigma mesmo cinco meses após o ocorrido. O corpo de Adalberto foi descoberto no dia 3 de junho de 2025, após ele ter desaparecido em 30 de maio, coincidentemente após participar de um festival de motociclismo no local.
Oito semanas após a descoberta do corpo do empresário, a Polícia Civil trabalha arduamente para desvendar quem foi o responsável pelo seu assassinato e como seu corpo foi parar em um espaço de três metros de profundidade e 70 centímetros de diâmetro, encontrado em uma obra no autódromo. O lesado vestia uma jaqueta e camiseta, mas estava sem calças e tênis. O capacete também foi encontrado, mas a câmera com a qual gravou o evento estava ausente. Essa situação levanta a suspeita de que ele foi colocado ali por seus agressores, que ainda permanecem desconhecidos.
A investigação aponta que uma das hipóteses mais prováveis é que Adalberto tenha discutido com algum segurança após atravessar uma área restrita do kartódromo. Os policiais não descartam a possível participação de outras pessoas no crime, inclusive de frequentadores do evento, considerando que milhares de visitantes estavam no local. O laudo pericial constata que a causa da morte foi violenta por asfixia, mas ainda não se sabe se foi por esganadura ou compressão torácica.
Um aspecto que pode contribuir para o esclarecimento do crime é o uso de tecnologia israelense em investigações. A polícia está utilizando o software Cellebrite para extrair dados de pelo menos 15 celulares e três computadores, que pertencem não apenas a Adalberto, mas também a um amigo, seguranças e produtores do evento. A análise desses dispositivos pode revelar informações essenciais que ajudem a identificar os envolvidos no assassinato.
As empresas de segurança Malbork e ESC Fonseccas, que forneceram seguranças para o evento, estão sendo investigadas. A primeira empresa informou que enviou 13 seguranças, enquanto a segunda disponibilizou 188. Contudo, a ESC passou a ser vista com desconfiança devido à falta de clareza em suas informações, levando a polícia a requisitar mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de celulares e computadores em busca de maiores pistas.
Um dos seguranças detidos por posse irregular de munições e que tem um histórico de envolvimento criminal recentemente teve novas denúncias feitas contra ele. Contudo, até o momento não há provas que liguem esse individuo diretamente à morte de Adalberto. Ao longo da investigação, 15 pessoas já foram ouvidas, incluindo a viúva e a mãe do empresário. Imagens de segurança capturaram Adalberto caminhando no evento, mas não mostram qualquer briga, aumentando a complexidade do caso.
A investigação ainda está sendo acompanhada pelo Ministério Público, que busca descobrir em que condições Adalberto morreu e quem estava envolvido. Com cerca de 300 páginas, o inquérito principal é um dos três processos que seguem paralelamente. O empresário, de 35 anos, era casado e dono de uma rede de óticas, sem filhos. O mistério que cerca sua morte continua a angustiar amigos e familiares, enquanto a polícia segue em busca da verdade.