O secretário de Segurança do Rio, Victor Cesar, alertou que a falta de efetivo policial torna inviável a ocupação permanente das favelas. Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, ele enfatizou que aproximadamente um quarto da população deste estado reside em cerca de duas mil comunidades, evidenciando a dificuldade em manter forças policiais em todas elas.
A discussão sobre a segurança nas favelas foi reacendida após uma megaoperação nos Complexos da Penha e Alemão, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. O Comando Vermelho, notório pela sua presença nas comunidades, opera sob controle em diversas áreas, destacando a urgência de uma ação mais eficaz na segurança pública.
O secretário afirmou que, ao dividir o total de 53 mil policiais pelas comunidades, resultaria em apenas sete policiais por favela, sublinhando que a ocupação não é uma solução viável. Ele também mencionou a situação alarmante dos investimentos em inteligência, com dados do Anuário de Segurança Pública indicando que o Rio aplicou apenas R$ 16 milhões no ano anterior, um valor inferior ao que outros estados como São Paulo e Rondônia destinam a este setor.
O governador Cláudio Castro defendeu que a cifra não representa a realidade dos investimentos, alegando um erro de classificação orçamentária, e destacou um aumento nas alocações para o setor. No entanto, o fortalecimento do Comando Vermelho – que está se expandindo para outros estados e criando redes de tráfico e armas – continua sendo uma preocupação crescente na segurança do estado.
Com a recente operação que prendeu 33 indivíduos em ações direcionadas ao tráfico, as autoridades reconhecem a necessidade de estratégias mais robustas para enfrentar as facções criminosas. Há também relatos de violência policial, como o caso do sargento Cleiton Serafim Gonçalves, que foi morto durante a operação ao tentar resgatar um colega ferido, ressaltando o perigo constante enfrentado pelos agentes de segurança nas comunidades.
Enquanto os bares no Rio cancelam eventos devido à sensação crescente de insegurança, o debate sobre as falhas na política de segurança se intensifica. Com as imagens vívidas da operação e o aumento das mortes, a situação em favelas como a Penha e o Alemão provoca uma reflexão profunda sobre o futuro da segurança e as abordagens que devem ser implementadas.