A República Dominicana anunciou o adiamento da Cúpula das Américas, programada para dezembro, devido à escalada militar na região, um reflexo da política dos EUA contra o narcotráfico e a presença de tropas no Caribe. O encontro, que reúne líderes de vários países das Américas, foi reagendado para o próximo ano.
O Ministério das Relações Exteriores dominicano afirmou que a decisão foi tomada após uma "análise cuidadosa" da situação da região, marcada por um aumento na militarização, impulsionada por ações dos Estados Unidos. Essa escalada é caracterizada por uma presença militar destacada no Pacífico e no Caribe, em um contexto de crescente tensão política.
Prevista para os dias 4 e 5 de dezembro, a cúpula tradicionalmente envolve a presença de líderes como os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, além de outras autoridades regionais. Porém, nesta edição, Cuba, Venezuela e Nicarágua não serão convidados, o que gerou críticas de diversos analistas e especialistas, que veem essa exclusão como um "retrocesso enorme" nas relações interamericanas.
A primeira Cúpula das Américas foi realizada em 1994, com o objetivo de aumentar a cooperação entre as nações do continente. O encontro na República Dominicana será a décima edição, tendo a última ocorrido em Los Angeles, EUA, em junho de 2022.
A reativação da base militar americana de Roosevelt Roads, localizada em Porto Rico e desativada desde 2004, é considerada parte dos preparativos para uma possível ação contra a Venezuela. Durante uma declaração, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, enfatizou que os dias de Nicolás Maduro estão contados, mas minimizou preocupações sobre um envolvimento direto dos EUA em um conflito com a Venezuela.
Este contexto de militarização e de decisões controversas em torno da cúpula podem impactar significativamente as relações diplomáticas entre os países da região, levantando questões sobre a união das Américas e o futuro das políticas externas em um cenário tão tenso.